27 outubro 2016

Se a Bíblia falasse

O que transcrevo a seguir ouvi numa rádio cristã e parece ser de 3 de julho de 1947, do “Watchman-Examiner”. O autor imaginou o relacionamento da Bíblia com uma família dita cristã. Eis o diário:

15 de janeiro – Descansei a semana toda. O meu dono leu-me regularmente nas primeiras noites no início deste ano, mas penso que se esqueceu de mim agora.
2 de fevereiro – Limpeza cá em casa. Tiraram o pó de cima de mim, como de outros objetos, e colocaram-me no lugar do costume.
8 de fevereiro – O meu dono usou-me por uns momentos depois do jantar. Estava à procura de alguns textos. Fui à igreja hoje!
2 de abril – Hoje estive bem ocupada. O meu dono tinha de dirigir uma reunião de oração e consultou-me para encontrar algumas passagens. Teve bastante dificuldade de encontrar uma, apesar de ela estar no mesmo lugar.
1º de maio – Estive toda a tarde no colo da avó. Ela está cá de visita. Deixou cair algumas lágrimas sobre Colossenses 2:5-7.
6 de maio – Outra vez no colo da avó esta tarde. Ela gastou a maior parte do tempo a meditar em I Coríntios 13 e nos últimos versículos do capítulo 15.
7, 8 e 9 de maio – No colo da avó todas as tardes. Que sitio confortável! Às vezes ela fala comigo e outras me lê.
10 de maio – A avó voltou para casa hoje. Ela beijou-me e disse-me “adeus”! Estou outra vez no meu lugar de costume.
1º de julho – Fui colocada numa mala entre roupas e outros objetos. Penso que vamos passar alguns dias fora.
10 de julho – Ainda na mala, apesar de quase todas as outras coisas terem sido colocadas noutro lugar do quarto.
15 de julho – Em casa outra vez e no meu lugar do costume. Fiz uma longa viagem. Nem sei por que me levaram consigo… Não saí da mala…
1º de agosto – Que calor! Duas revistas, um romance e um chapéu, tudo em cima de mim. Oh, se eles pelo menos tirassem estas coisas de cima de mim!
10 de setembro – Limpeza. Tiraram-me o pó e fui colocada no meu lugar para um longo descanso…
Se tua Bíblia “falasse”, que diria ela? Quantas vezes a tens usado? Já leste toda a Bíblia pelo menos uma vez? Já leste tua Bíblia hoje?
“Ponde, pois, estas Minhas palavras no vosso coração e na vossa alma” (Deuteronomio 11:18).
adaptado para Português de Portugal


02 abril 2016

Conto

 O pêndulo do relógio

Um relojoeiro estava a consertar o pêndulo de um relógio. E eis que, para sua surpresa, viu que o pendulo tomou a palavra para dizer:
- Por favor, senhor relojoeiro, não me conserte. Seria uma acto de amabilidade da sua parte. Imagine só o numero de vezes que tenho de fazer "tic-tac" dia e noite... Imensas vezes a cada minuto durante os sessenta minutos que tem a hora; durante as vinte e quatro horas por dia; durante os 365 dias que o ano tem. Se me conserta, tenho de voltar a trabalhar. Imagine os milhões de "tic-tac" que terei de fazer. Sempre a mesma música. Não consigo suportar tal monotonia.
O relojoeiro, que escutou atentamente o lamento do pêndulo, respondeu com sabedoria:
- Não penses no ontem e no amanhã. O ontem já não existe e o amanhã ainda não chegou. Faz no momento presente, em cada instante, o teu "tic-tac" como se fosse único. O pêndulo aceitou o conselho do relojoeiro e ainda hoje continua a fazer cada "tic-tac" como se fosse o único. E é assim que se sente importante e útil em casa, realizando a sua missão.

Mesmo que a nossa vida nos pareça monótona, o importante é saborear cada instante como sendo único, sem se cansar de viver.

[ Este pequeno conto foi retirado de uma publicação periódica mensal católica que encontrei numa mesa de uma sala de espera.]

21 março 2016

A arte de ajudar


 A vida é tão veloz e ao mesmo tempo tão curta, que certos valores são considerados fúteis e dispensáveis.

O cristão na sua função social, tende a guiar-se por métodos e hábitos instalados que medem os sucesso actual.

Todo o esforço para ajudar alguém é considerado tempo perdido ou até um desperdício.

O pragmatismo contemporâneo olha com desconfiança quando um indivíduo para a sua rotina e pressa generalizada, simplesmente para escutar alguém, ou mesmo interessar-se por algo que outro esteja a efectuar.

Vivemos sós num lugar tão repleto de gente. Quando deparamos com tal situação, pode parecer patético ou ausência de razão ter coragem de fazer algo novo. Mas estamos decididos a importar-nos, a aproximar-nos, a ver de mais perto, a medir o sucesso com outros valores.

Queremos outra vez encontrar a arte de ajudar, aprender com o mestre, Jesus, estar perto para que possamos desenvolver uma capacidade inata a pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus, queremos desenvolver a arte de ajudar.

A melhor arte que a alma humana pode criar é simplesmente ajudar o próximo.

Lucas 10:36-37 "Qual destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos assaltantes?
Ele disse: O que usou de misericórdia para com ele.
Disse Jesus: Vai e faz da mesma maneira."

João Pedro Robalo

Já lá vão mais de seis meses desde que escrevi aqui no Blogue e tenho tido saudades, pois sei que aqui me posso expressar de modo diferente ao que faço diariamente... Tenho vindo a por em ordem coisas antigas e no meio da escolha encontrei um pedaço de um panfleto do inicio do ArtLisboa e quando o li não pude deitar fora sem primeiro o partilhar, pois acho que continua muito actual e de acordo com tudo o que tenho ouvido ultimamente. Por isso aqui fica!!